01/01/2017

Escrever

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Já postei esse texto no Instagram do blog e no Facebook, então não estranhem se acharem familiar. Mas se você viu fora do Instagram ou Facebook do blog, me avise, porque temos um problema. 


 

Assim que olhei, pensei: que angústia. Mas depois refleti. É verdade. Pelo menos para mim. O que eu escrevo sai de mim. Custa caro. Preço alto. É difícil. Doloroso. Sofrido. Sai de dentro. Às vezes é arrancado. Tirado com violência. Porque de um jeito ou de outro, precisa sair de dentro, precisa ir para o papel. Sai às pressas, cuspido, com palavras de baixo calão, na hora da raiva, no desabafo, para tirar o sofrimento e o peso do coração.

Nem sempre é bonito, colorido, rimado, leve e atrativo. Nem sempre é escrito para ser lido. É escrito para por algo pra fora. Vomitar o que ficou preso. O que nunca foi dito. O que ficou na garganta naquela briga. Nem sempre é fácil. Nem sempre é só sentar e escrever. Na verdade, nunca é só sentar e escrever. É sentar. Pegar caneta e papel. Ou ligar o computador, abrir o word. É suar. Sufocar. Ter ideias. Escrever. Riscar. Digitar. Deletar. Ficar com raiva. Errar. Corrigir. Se alegrar. Esquecer regras de português e errar na crase. Lembrar do que aprendeu na escola. Conjugar o verbo. Ter um branco. Errar no plural. Afinal, na pressa, quem nunca? Apagar tudo. Arrancar a folha e jogar longe. Com violência. Raiva. Vontade de chorar. Pensando: perdi o talento?! Tentar de novo. Conseguir. Sentir orgulho. Gostar do que escreveu. Mudar de ideia. Nem ficou tão bom. Começar de novo. Sagrar. Ficar horas. Naquela linha. Uma descrição. A descrição perfeita daqueles olhos. O olhar do verdadeiro amor. Acertar. Errar. Apagar. Digitar. Digitar. Digitar. Enlouquecer. Pirar, ir pra lua, voltar. Doeu a cabeça. Tomou remédio. Voltou. Mais horas. Saiu. Será que ficou bom?




Um comentário:

  1. Você descreveu perfeitamente <3 é a angústia que só quem ama sente! Beijos, Jú
    docurailusoria.blogspot.com

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